Textos e fotos de Bruno Rosa

A estrutura do Palácio de Cristal, que fica no parque El Retiro, é toda de ferro

Quem chega em Madri logo se impressiona com a quantidade de turistas pelas ruas históricas da capital da Espanha.  Museus, igrejas, praças e parques. A sensação é que todos os locais são o hit da vez nos roteiros de quem pretende visitar a cidade. Afinal, só em 2018 foram mais de 10  milhões de visitantes, pouco mais da metade estrangeiros, um aumento de 2,7% em relação a 2017.

Cada vez mais popular, a cidade está cheia de opções para quem quer apreciar uma boa gastronomia  e contemplar obras dos grandes mestres das artes nos museus e fazer compras em algumas das avenidas da cidade. Tudo ao som do flamenco. 

O Lago Grande no Parque El Retiro, onde barcos a remo movimentam a paisagem

Madrid é o local ideal para férias tranquilas. Por lá, é possível conhecer quase todos os seus pontos turísticos a pé. Por isso, tente se hospedar em algum hotel bem na área central da capital:  e que tal começar pelo marco zero da cidade? A  Plaza Mayor é o coração de Madri.

Com belos arcos nas entradas, ela começou a ser construída no fim do século XV. No centro, a estátua de Felipe III. Palco de touradas, execuções públicas e ações da Santa Inquisição ao longo dos anos, o espaço hoje reúne lojas ideais para comprar souvenires e apreciar um café. 

A Plaza Mayor, coração de Madri: destaque para sua arquitetura e para os cafés do entorno

Depois, a dica é seguir – andando mesmo – até a Catedral Santa Maria la Real de la Almudena, a Catedral de Madri. O templo é uma homenagem à Virgem de Almudena, padroeira da cidade. Começou a ser construída no século XIX. Com elementos góticos franceses do século XIII, a construção foi paralisada durante a Guerra Civil e só foi retomada em 1939.

Outra dica: não deixe de ficar na fila para contemplar a imagem de Nossa Senhora. O interior é recheado de capelas e altares. É hora de agradecer.

Interior da Catedral de Madri, templo dos séculos XIX e XX, com elementos góticos do século XIII

Que tal uma pausa para almoçar?  Confira – o lotado e badalado – Mercado San Miguel. Com mais de 100 anos, o espaço é o principal mercado gastronômico da cidade. As opções – são mais de 100 restaurantes e quiosques – encantam os diversos paladares. Presuntos do tipo jamón, mariscos, queijos especiais e muitos vinhos. É possível apreciar de tudo um pouco. Mas a aventura gastronômica exige paciência: achar um local para sentar pode ser demorado.  

Iguarias para todos os gostos no tradicional mercado San Miguel, principal área gastronômica da cidade

Bem perto dali está o Palácio Real, um dos principais pontos turísticos de Madri. Sempre com filas, o ideal é comprar o ingresso antecipado pela internet. Mas se você não conseguir entrar, não se preocupe. Contemplar pelo lado de fora mesmo já  compensa. O edifício, inspirado no Palácio do Louvre, em Paris, é hoje a residência oficial da família real. Bem ao lado, há o belo Jardim de Sabatini, um dos mais bem organizados da cidade.

O Palácio Real, residência oficial dos Borbón: arquitetura inspirada no Louvre

Continue seguindo os turistas e você vai se deparar com um ponto inusitado. Trata-se do Templo de Debod, obra egípcia do século II antes de Cristo. Doado à Espanha pelo governo egípcio para evitar que ficasse inundado devido à construção de uma barragem, o templo é o cenário certo para as fotos. Com militares fazendo a proteção ao local, não é possível apreciar o monumento em seu interior. É a chance de ver uma construção secular de uma outra cultura em uma cidade cosmopolita e vibrante.

 Templo de Debod: uma obra egípcia do século II antes de Cristo, instalada na cosmopolita Madri

Mas, assim como Berlim e Amsterdam, Madri também tem seu ponto de observação. Vamos ver Madri do alto? O Farol de Moncloa é uma antiga torre de iluminação, com 110 metros de altura, construída em 1992. Lá do alto, o espaço conta com um parapeito informativo, com informações sobre as principais construções da cidade. É o momento certo para relaxar.

Farol de Moncloa, construído em 1992: chance de ver a capital espanhola a 110 metros de altura

Se você ainda tiver pique, é hora de explorar a Gran Via, avenida principal da cidade, uma espécie de Quinta Avenida de Nova York. Lojas variadas, cafeterias bacanas e casas de dança flamenca deixam a visita ainda mais divertida. A Gran Via é o ponto certo para encerrar (e começar) a viagem. 

Na Gran Via, principal avenida de Madri, lojas variadas, cafeterias bacanas e casas de dança flamenca

Verde e cultura em Madri

Entre prédios históricos e igrejas centenárias, Madri revela ainda muita cultura e um verde de tirar o fôlego. Por isso, acorde cedo para conhecer o Parque El Retiro, do século XVII. Amplo, o espaço foi construído como área de lazer para os reis – e hoje usado por moradores e turistas.

Em seu interior, tem até um Palácio de Cristal. Todo em estrutura de ferro, foi construído para receber uma mostra de plantas exóticas durante a Exposição das Filipinas de 1887. Não deixe de curtir ainda o Lago Grande, onde é possível alugar barcos a remo e desfrutar um dia agradável. 

Em uma das entradas do Parque El Retiro, está a Puerta de Alcalá, na Plaza de la Independencia. Em estilo neoclássico, foi a primeira Porta construída na Europa depois da queda do Império Romano. Depois dela vieram o Arco do Triunfo, em Paris, e o Portão de Brandemburgo, em Berlim. A Puerta é uma das portas reais que davam acesso à cidade de Madri. 

A neoclássica Puerta de Alcalá, a primeira da Europa, antecedendo ao Arco do Triunfo e ao Portão de Brandemburgo

Madri é rodeada ainda de belas praças. Bem perto do Parque El Retiro, está a Praça Cibeles. Em seu centro há uma bela fonte, chamada de Fuente de Cibeles, tida como uma das mais bonitas da cidade e uma boa opção para ser fotografada. A Praça também é o ponto de partida para a Gran via, principal avenida da cidade.  

Mas Madri guarda ainda seu tesouro. Do lado do Parque El Retiro está um dos maiores museus da Europa: o Museu do Prado, onde é possível permanecer horas a fio contemplando obras de arte mundialmente famosas. São, acredite, mais de 8.600 quadros e 700 esculturas.

A entrada do Museu do Prado, um dos maiores da Europa: são mais de 8.600 quadros e 700 escultura

O destaque fica por conta das pinturas dos séculos XVI e XVII. Um dos hits do Prado são as obras do pintor holandês Heronimus Bosch. É lá que estão obras-primas como “O Jardim das Delícias”, “As Tentações de Santo António Abade” e ” Mesa dos Pecados Capitais”.

Visitantes se aglomeram diante de “O Jardim das Delícias”, do pintor holandês Heronimus

Não deixe de contemplar também “Deposição da Cruz”, do pintor flamengo Roger van der Weyden, e “David e Golias”, do italiano Caravaggio. Tem até, olhe só, uma cópia da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Foi pintada por um de seus alunos. 

Madri é história, gastronomia, natureza e cultura. Divirta-se.