Araguaia, enchentes e secas

Dicas para garantir ações mais sustentáveis durante o acampamento em rios

Não “construir” banheiros a menos de 30 metros das margens e não usar madeira nativa. Esses são  alguns cuidados a tomar em nome do meio ambiente, por quem vai acampar à beira de rios. Muito comum no Araguaia durante o período da estiagem, a atividade passou a receber atenção especial das autoridades, devido à crise ambiental. 

Da primeira vez que acampei no Rio Araguaia, me veio uma certeza: viver a natureza, tão de perto assim, transforma a gente em pessoas melhores.  Isso aconteceu numa época em que não se falava em desastre ambiental na região. Desastre que vem sendo acelerado, durante a seca (junho a setembro), por causa da captação de água e desmatamento indevidos, em benefício da agricultura e da criação de gado em áreas protegidas. 

O que se viu em 2021 redobra o alerta sobre o rio de mais de dois mil quilômetros, que banha Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará: viveu-se uma das maiores secas em 40 anos, disseram moradores e especialistas.

Em outubro de 2021, com a chegada do período das águas (que vai até maio), o Araguaia começou a se recuperar. Mas o desequilíbrio ambiental que o mundo enfrenta fez com que o verão tenha desenhado um cenário oposto na região: o nível do rio subiu tanto, que cobriu pontes e áreas de acesso à margem. 

Ainda em meados do ano, afluentes como o Pintado, Crixá-Mirim, Crixá-Açu, Cavalo Queimado, quase secaram. O Rio Vermelho, que passa dentro da cidade de Goiás (terra de Cora Coralina), virou um filete de água. A estiagem também ameaçou Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, formada por uma bifurcação do Araguaia. 
O Vale do Araguaia assiste também a uma proliferação de pousadas, que andam superlotando alguns trechos do rio, durante as férias de julho, período de maior concentração turística. 

No setor de turismo, há alguns anos, foram tomadas medidas para reduzir os danos à natureza. Hoje, os chamados ranchos (cabanas construídas às margens do rio durante a estiagem) não podem ser feitos de madeira nativa, como antes. Os ribeirinhos agora usam itens recicláveis, como bambu e PVC. E, antes de o rio voltar a encher, o material tem de ser retirado dali.  

Dito isso, cabe a nós, turistas, agir para colaborar no desenvolvimento de um cenário mais sustentável na região. Confira alguns itens de projeto de educação ambiental já traçado pelo governo para os visitantes do Araguaia:

* não pescar sem licença ambiental

* não usar madeira nativa

* não caçar

* criar banheiros a pelo menos 30 metros da margem

* não soltar fogos

* e, claro, levar todo seu lixo sólido embora.  

Texto publicado parcialmente no site www.greenpress.com.b


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